ApexBrasil lança estudos Perfil País sobre EUA, Alemanha e Françaa
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) acaba de lançar três novas edições do Perfil País, com foco na Alemanha, na França e nos Estados Unidos.
O produto apresenta um panorama econômico de cada país selecionado, com análises sobre as oportunidades e os desafios desses mercados.
Com um PIB de US$ 25 trilhões, os Estados Unidos são a maior economia do mundo.
Contudo, para 2023, é esperado um baixo crescimento da economia dos EUA, com potencial para uma eventual recessão no segundo semestre, o que pode impactar a demanda por produtos importados do país.
Ainda assim, os EUA apresentam grandes oportunidades para as exportações brasileiras em diversos setores, especialmente em produtos manufaturados, como motores, aeronaves, móveis de madeira, entre outros.
As exportações brasileiras aos EUA cresceram quase 7% ao ano desde 2018.
Um dos fatores para essa evolução é a escalada de preços das commodities em nível global, comprovada pelos expressivos crescimentos de setores como petróleo bruto, minério de ferro, café e madeira.
Por outro lado, mesmo sendo o segundo principal destino das exportações brasileiras, a participação do Brasil na pauta importadora norte-americana ainda é considerada pequena (1,1%).
São necessários esforços para a promoção de produtos brasileiros de maior valor agregado no país.
Desde 2018, as exportações brasileiras à Alemanha cresceram cerca de 5% ao ano.
Esse avanço é causado por múltiplos fatores, como os crescimentos nos preços internacionais de bens primários, ocorridos desde 2021. Simultaneamente, o conflito na Ucrânia e as sanções aplicadas à Rússia abriram espaço para vendas de petróleo brasileiro aos mercados europeus.
A participação brasileira de cerca de 10% nos principais produtos exportados (café, farelo de soja e minérios de cobre) indica boa aceitação dos produtos nacionais no mercado alemão.
Há também relevantes oportunidades de exportação do Brasil para a Alemanha em máquinas e equipamentos de transporte, como aviões e peças de motores a diesel, materiais em bruto (resíduos de prata e minérios de ferro) e artigos manufaturados (alumínio, papéis e barras de aço), especialmente a partir do comércio intraindústria.
Já a pauta exportadora do Brasil para a França é relativamente diversificada.
Além de bens primários (farelos de soja e petróleo), a pauta também inclui produtos de alto valor agregado, como aeronaves e motores de máquinas não elétricos.
Também no contexto do conflito ucraniano e das sanções a Moscou, dois produtos se destacam na pauta de exportações à França: óleos brutos de petróleo (avanço de US$ 558,9 milhões desde 2018) e laminados planos de ferro ou aço não folheados (+ US$ 113,6 milhões).
A conclusão do Acordo de Associação Birregional, entre Mercosul e União Europeia, em junho de 2019, também irá beneficiar a pauta exportadora brasileira.
Com a entrada em vigor do acordo, a isenção das linhas tarifárias do Mercosul passará de 24% para 95% em até dez anos.
Sustentabilidade
As medidas aplicadas pela União Europeia e destinadas ao tema de sustentabilidade podem impactar as exportações brasileiras ao bloco. Nesse contexto, estão o Green Deal e a Proposta de Lei Antidesmatamento. O primeiro refere-se ao pacote de iniciativas que visa criar propostas legislativas para mitigar as emissões de gases do efeito estufa em toda a atividade econômica europeia.
Já a segunda, prevê que empresas terão que fiscalizar suas cadeias produtivas para garantir que seus produtos não estejam ligados ao desmatamento, fornecendo geolocalização da produção.
Por último, a Proposta de Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono (CBAM, na sigla em inglês) inclui uma tarifa sobre a importação de produtos intensivos em carbono que deverá incidir sobre o preço final do produto. A medida tem o objetivo de evitar desvantagem competitiva para as indústrias europeias que já pagam imposto de carbono.
Já nos EUA, o exportador brasileiro deve estar atento aos projetos de lei para proibir importação de produtos ligados ao desmatamento e para a taxação do carbono na fronteira. Medidas recentes dos EUA podem afetar produtos brasileiros, como mel e o suco de limão.
Fonte: Apex-Brasil