Importação de aço: Entenda sobre este setor

Observando o cenário mundial, o setor do aço é extremamente poderoso para a economia global, este impulsiona o desenvolvimento dos países fazendo com que as importações sejam componentes estratégicos no campo industrial e comercial, proporcionando a competitividade e o abastecimento global de matérias-primas e bens de consumo. Este abastecimento impacta em quase todos os setores da economia mundial, como construção civil, naval, petroquímico, energia, manufatura e também automobilístico.
Além disso, como métrica para desempenho e crescimento econômico de um país, a indústria se torna responsável por este indicador, ou seja, a avaliação do grau de industrialização de um país é seu consumo de aço per capita.
Seguindo nessa linha, o aço é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da indústria a ponto de que a flutuação de preços impacta diretamente na cadeia de suprimentos e mercados financeiros globais. Assim, em uma cadeia de suprimentos global, as empresas optam pelo desenvolvimento de novos fornecedores internacionais em busca de preços mais competitivos. Porém a qualidade diferenciada e a disponibilidade de ligas específicas também são alvos da prática da importação deste produto.
Ao decorrer deste artigo, entenderemos um pouco mais sobre sua importância na cadeia logística mundial.
Uma breve história sobre o setor do aço no Brasil
Durante a década de 1980, o Brasil consolidou-se como um grande exportador de aço. A retração do mercado interno forçou as usinas a buscarem a internacionalização, o país nesse período recuou mais de 26%, enquanto as exportações de aço aumentaram 500%.
Em 2010, diversos fatores influenciaram na produção de aço brasileiro, principalmente em virtude dos altos custos locais, por este motivo a importação de aço atingiu o maior volume da história do Brasil, quase seis milhões de toneladas.
Já em 2011, a capacidade máxima de produção era de 47,8 milhões de toneladas de aço bruto, contudo o Brasil produziu pouco acima de 35 milhões. Deste, em torno de 11 milhões de toneladas foram exportadas, e 3,8 milhões de toneladas foram importadas.
Em 2012, a indústria siderúrgica brasileira era composta por 29 usinas administradas por 14 empresas privadas, sendo controladas por 11 grupos empresariais, em 2023 aumentaram para 31 parques produtores de aço administradas por 11 grupos empresariais, com capacidade de 51 milhões de toneladas ano de aço bruto, e produção de 32 milhões de toneladas conforme dados do instituto aço brasil.
Já em 2023 o Brasil exportou 8,2 milhões de toneladas de aço, montante que representou queda em relação aos anos anteriores, como 2022 que os dados foram de 10,5 milhões de toneladas. Já na importação, foram cerca de 5 milhões de toneladas de aço para indústria brasileira em 2023, sendo mais da metade proveniente da China. Já em 2024, somente nos primeiros sete meses do ano totalizaram 3,3 milhões de toneladas de aço importadas.
Panorama das importações de aço
Analisando o panorama de importações mundiais, entre 2022 e 2023, os Estados Unidos estavam na primeira posição com importação de 8,0% do total mundial de aço, na sequência Alemanha (6,2%), Itália (4,8%), China (3,6%), Turquia (3,3%) e México (3,3%).
O Brasil responde por pouco mais de 1,0% do total no ranking das importações mundiais de aço em 2023, cerca de 5 milhões de toneladas, contudo se comparado a 2022 houve um aumento significativo, ao qual corresponde a 0,6% das importações mundiais.
Conforme apontado anteriormente, em 2024, somente nos primeiros sete meses do ano foram 3,3 milhões de toneladas de aço importadas, um aumento de 23,7% em relação ao ano anterior. Assim, ligou um alerta para o governo brasileiro, que implantou cotas tarifárias para proteger o mercado brasileiro da China destinado a conter a entrada de aço chines a preços predatórios. Este sistema de cotas foi imposto com prazo de 12 meses, visando regular a importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, aplicando tarifas adicionais somente quando as importações excedem as cotas. Essa medida gerou uma expectativa de redução de importação de aço, porém, pelo que vimos não trouxe resultados.
Em janeiro de 2025, o Brasil bateu recorde de importações de aço com um aumento de 49,4% sobre o ano anterior, totalizando 548 mil toneladas apenas neste mês, assim entrando para a história do setor siderúrgico. Somente no aço plano, foram 241,45 mil toneladas nesse único mês comemorado pelos distribuidores indianos.
Visto esse aumento significativo foi informado a implantação de novas cotas de importação para 11 produtos de aço, impondo mais taxas sobre o volume importado excedido com validade até 31 de maio deste ano. As tarifas variam entre 9% e 12,6% quando as importações excederem as cotas estabelecidas.
Parte dessas cotas é inserida de forma proporcional para as empresas com histórico de importação dos produtos, já outra parte é distribuída conforme os pedidos de licença de importação no Siscomex.
Seguem os 11 produtos que poderão sofrer essas medidas:
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Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 milímetros (mm), revestidos de ligas de alumínio-zinco;
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Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos simplesmente laminados a frio, de espessura superior a 1 mm, mas inferior a 3 mm;
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Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, folheados ou chapeados, ou revestidos, galvanizados por outro processo, de espessura inferior a 4,75 mm;
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Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, laminados a quente, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura igual ou superior a 4,75mm, mas não superior a 10 mm;
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Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos simplesmente laminados a frio, de espessura igual ou superior a 0,5 mm, mas não superior a 1 mm;
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Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura inferior a 3 mm, com um limite mínimo de elasticidade de 275 Mpa;
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Outros produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura igual ou superior a 3mm, mas inferior a 4,75 mm;
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Outros fios-máquinas de ferro ou aço não ligado, de seção circular, de diâmetro inferior a 14 mm;
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Outros produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos, em rolos, simplesmente laminados a quente, de espessura inferior a 3 mm;
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Outros tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos, soldados longitudinalmente, de seção circular, de diâmetro exterior superior a 406,4 mm, de ferro ou aço;
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Tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos, soldados longitudinalmente por arco imerso, de seção circular, de diâmetro exterior superior a 406,4 mm, de ferro ou aço.
Porém, não se preocupe, nós da HKTC podemos auxiliar nas suas importações de aço, conte conosco!